Há 62 Anos, Transformando Vidas!
CGC: 01.934.665/0001-35 INEP: 23045280
Cidade: PENTECOSTE
Estado: CEARÁ

Patrono

Posted by Djaelson Gomes 14:42, under |


Dr. Francisco Sá


            Nascido em Grão Mogol, no Estado de Minas Gerais, em 14 de Setembro de 1862, fez o Dr. Francisco Sá os seus primeiros estudos no Seminário de Diamantina, onde o internara o seu avô materno, Barão de Guaicuhy, quando ele, já órfão de pai, contava apenas 12 anos. Passou-se depois para o externato de Diamantina e, mais tarde, para o Rio de Janeiro onde fez os preparatórios, matriculando-se em seguida na Escola de Minas de Ouro Preto.
          Já então alcançado ruidosos êxitos, a par de muitos outros que obtivera nos bancos colegiais. No exame de Inglês, no Externato de Diamantina, um professor notável, tomado de comoção, leu perante os estudantes reunidos "os maravilhosos alexandrinos com que Francisco Sá traduzira os vinte primeiros versos do "Paraíso Perdido", de Milton, que lhe couberam por sorte na prova escrita"; no exame de preparatório de latim, no Rio de Janeiro, de cuja banca faziam parte Antônio de Castro Lopes, notável latinista, e Lucindo Passos, tradutor do alemão da Grammática latina de Clintock, "surpreendeu de tal forma os examinadores, pela cópia de conhecimentos exibidos e pelo ineditismo do acontecimento, que levou um deles a exclamar: "Rara avis in terris!".
        Na Escola de Minas de Ouro Preto, sob a carinhosa direção do sábio professor Henrique Goiceix, fez um curso brilhante, laureando-se em 1882, aos vinte anos de idade.
       Apenas concluído seu curso, Francisco Sá partiu para o Ceará, como secretário da presidência dessa então Província. Ali, foi funcionário eficaz, publicista e legislador, afirmando nessas atividades seu já vasto prestígio. Volveu depois ao sul e atuou como engenheiro da Estrada de Ferro Mogiano, ingressando em 1887 na legislatura de Minas Gerais.
      Em todos esses cargos desenvolveu extraordinária capacidade de trabalho, posta ao serviço de uma cultura profunda e variada e bem depressa se assinalou o seu nome entre os predestinados as mais altas posições.
        O advento do regime republicano encontrou o Dr. Sá recentemente eleito deputado geral pelo Ceará. A queda do Império anulou esse mandato e o Dr. Sá afastou-se temporariamente da política, para dedicar-se aos seus mistéres profissionais que ofereciam campo de ação vasto a sua atividade infatigável. Poucos anos depois, o Estado de Minas Gerais lhe confiou a direção dos serviços de Terras, Viação e Colonização, que o Dr. Francisco Sá reorganizou totalmente de acordo com moldes eficazes, imprimindo poderoso impulso a esse importante departamento da administração pública. Durante o governo Bias Fortes (1895-1899), foi-lhe confiado o cargo de SECRETÁRIO DA AGRICULTURA, VIAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS, funções que desempenhou como todo o brilho dele se esperava por seus antecedentes, desenvolvendo intensamente a construção de vias férreas, aumentando os serviços de colonização e imigração no estado, estabelecendo o ensino zootécnico e pondo em prática muitas outras iniciativas de progresso e bem público.
       Em 1897, aceitou o mandato de deputado federal pelo Ceará e no Congresso Nacional revelou-se imediatamente como orador de rara eloquência, de palavra elegante e dicção corretíssima, profundamente versado nos grandes assuntos de interesse nacional. Foi, desde o ano inicial do seu mandato, uma das grandes figuras da câmara, e seu renome de parlamentar destacado se afirmou bem depressa. Fez sempre parte da Comissão de Finanças. Em 1907, foi eleito para ocupar uma cadeira no Senado Federal, onde continuou a desenvolver sua ação com singular empenho e louvável eficácia, até que, em 1909, assumindo a Presidência da República o Dr. Nilo Peçanha, para completar o quadriênio interrompido pelo falecimento do Dr. Afonso Penha, lhe confiou o MINISTÉRIO DA VIAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS, no qual, em menos de dois anos de exercício, prestou ao país ingentes serviços, atendendo aos problemas mais importantes e urgentes, com extraordinária eficiência e singular energia. Durante seu ministério, inauguraram-se mais de 2.000 quilômetros de vias férreas, abriram-se portos, estabeleceu-se a iluminação elétrica em todo o Rio de janeiro e melhorou-se o serviço de correios e telégrafos. Culminou, porém, entre as suas realizações dessa época, a SISTEMATIZAÇÃO DAS OBRAS CONTRA AS SECAS DO NORDESTE, nos moldes do "Reclamation Service da América do Norte", mas com várias medidas originais, particularmente conformadas ao meio brasileiro.
         Expirado o governo do Dr. Nilo Peçanha, o Dr. Sá transladou-se à Europa, onde permaneceu um ano. De volta ao Brasil, foi novamente eleito Senador pelo Ceará. No Senado, sua opinião, acatada sempre, foi uma das que mais influência tiveram no Parlamento Nacional, onde os problemas mais sérios da política e da administração contaram em todo caso com as brilhantes luzes do seu espírito cultíssimo e do seu patriotismo acendrado.
        Em 15 de novembro de 1922, voltou o Dr. Francisco Sá a ocupar a pasta da VIAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS, na presidência do Dr. Arthur Bernardes.
           A situação política anômala que perdurou por todo o período desse governo não permitiu ao Dr. Sá executar os grandes trabalhos que teria levado a efeito em diferentes circunstâncias. Todavia, ainda foram muitos os serviços que prestou ao país, principalmente no que concerne à viação férrea.
          Afastado definitivamente da administração pública e da política, em que atuava mais uma vez como Senador pelo Ceará, quando se tornou vitoriosa a revolução de 1930, o Dr. Francisco Sá recolheu-se ao seio da família e viveu o resto dos seus dias em voluntário esquecimento, vindo a FALECER EM 23 DE ABRIL DE 1936.

NOTA: na notícia acima foi aproveitado o que do Dr. Francisco Sá disseram os que melhor e mais perto conheceram a vida luminosa do grande brasileiro; serviu-nos sobretudo de subsídio uma publicação, já antiga, feita em castelhano, e que inseriu um trabalho do Dr. Sá, naquele idioma, sobre o estado do Ceará. Como só conhecemos essa parte, destacada, não podemos, infelizmente, mencionar o nome da publicação referida.

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